da Ordem da Visitação de Santa Maria Segundo Pe. Luís Brisson (1891)
(RESUMO ELABORADO PELO NOVIÇO DILVANO W. BRUM)
O nascimento:
É no dia 16 de junho de 1793 que nasce, em Soyhières, na Suíça, Maria Tereza Chappuis. Filha de uma família formada por membros ricos em grandes virtudes.
Segundo a própria Maria Chappuis, a gravidez de sua mãe foi de muitas dores unida aos demais temores que os pais tinham diante de uma realidade de massacre de nobres, sacerdotes e a morte do rei. Também a notícia de pilhagens e incêndios feitos pelos revolucionários e o receio incessante de se verem entre os denunciados de pertencerem a opiniões contrárias e de serem receptores de sacerdotes. Tudo isso colocava a mãe de Maria Tereza em perigo de vida ou comprometia a existência da filha que trazia em seu ventre. Pode-se deduzir daí quantas orações e promessas essa mãe fizera.
O batismo
Quando Maria Tereza nasceu, era tão pequenina e fraca que pensavam que ela não viveria por muitas horas. Todavia, sua mãe acreditou firmemente que o batismo faria com que ela vivesse e por isso apressou que fosse batizada. Então o irmão do Sr. Chappuis leva a pequena Maria, num cesto de vindima coberto com um guardanapo, para ser batizada em Petit-Lucelle. Como previa a mãe, a menina volta não mais preta como era antes, mas branca e rosada. Assim, a pequenina fora batizada no mesmo dia de seu nascimento.
Recomendada a Deus antes do nascimento
A pequena Tereza fora recomenda a Deus antes de seu nascimento por sua mãe e, durante sua primeira infância prestou sua mãe os mais possíveis cuidados, no intuito de preservar a filha de tantas dores, que ela considerava filha do milagre.
Cultivo do amor a Nosso Senhor
Assim que notou os primeiros sinais de razão na pequena Tereza, a mãe incutiu nela o amor a Nosso Senhor e uma doce confiança em Deus, bem como o amor pela virtude e um afastamento de tudo que fosse repreensível. Desse modo, Maria Tereza, foi desde pequena, uma pessoa de profunda oração e amante das pequenas devoções.
Primeira missa
Tereza participa da primeira missa aos quatro anos de idade, missa esta celebrada pelo tio às escondidas, à meianoite. Segundo ela mesma, foi aí que ela recebeu “as luzes que se imprimiram nela” e que ficaram para sempre.
Valores que herda do pai e da mãe
Do Sr. Chappuis, Teresa herda o amor pelo dever, o respeito pela verdade e pela justiça. De sua mãe, herda todas as virtudes domésticas e humanas, sobretudo a virtude da caridade.
Contribuição à sua educação cristã
A educação cristã de Maria Tereza também sofreu influência de seu tio materno que era sacerdote. É ele que dará as lições de catecismo a ela e outras sete crianças. Dessas outras sete, cinco se consagraram à vida religiosa consagrada e as outras duas foram pessoas de exemplar vida cristã na opção que fizeram.
A Primeira Comunhão
Maria Tereza Chappuis fez sua Primeira Comunhão alguns dias antes de completar oito anos de idade.
Seu irmão Francisco
Tereza tinha mais afeto por um de seus irmãos: Francisco. Ele era mais parecido com ela em idade e caráter. Era muito inclinado à piedade. Sua saúde era muito frágil e tinha em Teresa sua confidente.
O tio, padre
Tereza foi instruída pelo tio padre até aos doze anos de idade. Agora, aos seus doze anos, esse tio já estava bem envelhecido.
O que mais gostava de aprender nossa pequena Tereza?
A essa pergunta ela mesma responde: “(…) era o que se chama hoje a Análise Lógica. A Aritimética fazia-me dores de cabeça; mas compreendia-a à primeira explicação. O que melhor retinha eram as lições de Catecismo e sobre a História da Igreja…”
Como participava das missas
Maria Tereza Chappuis participava das missas de modo recolhido e antecipado de uma longa preparação.
A morte de Francisco, seu irmão
Várias vezes Tereza sentia a vontade de consagrar-se como religiosa. Então quando Francisco morre sente que sua missão na família está terminada e tudo a inclina para a vida religiosa consagrada.
Sua primeira ida para o Mosteiro
A sua irmã mais velha já tinha ido pro claustro e o pai a sugere que não vá. Que reze, fique em solidão, cante, louve a Deus ali na casa mesmo, fazendo de uma parte da casa uma ala. Mas Tereza quer uma resposta de Deus e vai pedir a Nossa Senhora dos Eremitas a ajuda necessária. A abadia ficava a três dias de distância e quando ela está chegando lá, estão rezando o “Ângelus”. Volta para casa com a resposta procurada. Conta tudo aos pais e mesmo abalada por sua fragilidade física e pela morte de Francisco, vai, em junho de 1811, conduzida por sua mãe, para o Mosteiro de Fribourg.
Seu retorno para casa
Os três primeiros meses de Tereza no mosteiro foram de angústias e tentações e decide voltar para casa. Aí recebe uma acolhida fria. Começa a morar numa casa à parte com a tia.
Seu retorno ao Convento
É só depois de três anos que ela decide voltar para o Convento. Vai acompanhada de seu irmão mais velho, Xavier Chappuis, e de sua irmã Catarina. Partem às cinco e meia da manhã. Chegando lá expressa: “Sou religiosa para sempre!”
Não foi fácil para Tereza abandonar a família e a cidade. Mas ela partiu para entrar no Convento da Visitação de Fribourg, na Suíça, a 21 de novembro de 1814.
As superioras deram-lhe uma cela na parte mais elevada e descoberta do Mosteiro. Tudo ali que podia ser visto lembrava sua cidade natal e a solidão ali vivida era uma solidão de poeta e artista, tudo ali elevava a alma e embelezava o pensamento.
Ao entrar na cela percebe o lugar onde vai passar o resto dos dias de sua vida. Sente vivamente todas as belezas, compreende-as e, dirigindo-se a Deus, diz: “Meu Deus, obrigada! Vós não tendes me tirado nada!”
O que sente na cela
Na cela, sentiu a ela revelada o caminho a seguir e as obras que devia fundar.
O reconhecimento de sua mestra
A mestra, Ir. Tereza Tholosan, não demorou em reconhecer em Tereza, a jovem postulante, o tesouro que possuía e aplicou todos os seus cuidados em formá-la.
Torna-se Noviça
Em quatro de junho de 1815 ela recebe o hábito e, assim, torna-se noviça e ganha o nome de Maria Francisca de Sales.
O Noviciado: Caminho do Diretório
O Diretório trata do interior. As Constituições são do exterior.
A jovem pôs-se a seguir o caminho do Diretório com vontade firme. O que mais lhe custou foi o exterior. Mas sua vontade generosa triunfou. Sua mestra não se tardou em pô-la de Assistente do Noviciado.
Deus ilumina Maria, mulher de profunda oração, humildade e amor. E ela em seus momentos de oração, sente manifestar que Deus quer que a bondade d’Ele seja conhecida e que ela deve tender a destruir a si mesma. Faz todos os sacrifícios que pensa ser pedido por Deus e a cada novo sacrifício, Deus a faz avançar em seu amor.
Ela quer sempre mais saber da vontade de Deus para sua vida e em dado momento ela começa a perceber que tal vontade está para ser realizada. Ela abandona-se a vontade de Deus. Pressente que terá de dividir sua vida em vida contemplativa e ativa.
O dia de sua profissão
No dia de sua profissão, em 09 de junho de 1816, na missa celebrada por Mons. Thomas Yenny, Maria de Sales não pede para si outra coisa a não ser que: não seja amada naturalmente por ninguém.
Leituras
Maria Francisca de Sales afeiçoou-se da leitura dos salmos e deliciava-se com a leitura do evangelho de João.
Enviada, com outras Irmãs, a Metz
Em Metz, o Mosteiro fundado em vinte e quatro de agosto de 1633, não foi poupado pela revolução. Muito tempo depois sentiu-se a necessidade de fazer voltar de novo os serviços prestados pelas Irmãs. Então, algumas pessoas da cidade (de Metz) haviam tentado reunir-se para viver em comunidade com o nome de Irmãs dos Sagrados Corações de Jesus e de Maria em outubro de 1817. Mas o grupo formado por seis pessoas, sentindo que não podia subsistir sem se ligar a uma ordem já aprovada, resolveu chamar a Visitação. Para tanto, escreveram para Fribourg expondo tal desejo e pedindo Irmãs. A casa de Fribourg então envia a Irmã, que acabava de ser superiora, Maria Estanislau Schaller, a Madre Maria Teresa Tholozan e Maria de Sales.
Retorna a Fribourg
A viagem destas três Irmãs foi muito fatigante e durou três dias. Lá em Fribourg, elas encontraram seis almas muito dispostas, mas completamente estranhas aos costumes e observâncias religiosas.
Maria de Sales ficou por um tempo em Metz, mas em decorrência da saúde fragilizada tem de retornar a Fribourg.
Encarregada do Noviciado
Quando chega a Fribourg é encarregada do Noviciado e por causa disso quase todas as jovens quiseram recomeçar o Noviciado a sua conduta.
Ida para o Mosteiro de Troyes
No princípio de 1826, Madre Teresa Emmanuel Tréfort, que então governava o Mosteiro de Troyes, sentia a necessidade de arranjar para sua comunidade alguém capaz de dirigir o Mosteiro em seu lugar. Na busca de tal, depois de bater a todas as portas, recebe a informação de que se podia lhes dar senão uma jovem Irmã, mas que esta estava quase sempre doente e, portanto incapaz de fazer alguma coisa. Esta jovem Irmã doente era Maria de Sales Chappuis. É nomeada como Madre Superiora do Mosteiro de Troyes. Surpreendentemente após isso, A Ir. Maria de Sales recupera sua saúde e fica forte para empreender a viagem para Troyes. E de lá vem uma caravana composta por quatro pessoas para buscar a recém nomeada e garantir-lhe uma boa viagem.
Em Annecy
O primeiro dia de viagem conduziu Maria de Sales a Annecy, e ali venerou as relíquias de São Francisco de Sales e de Santa Joana de Chantal, depositadas na igreja de São Mauricio.
Encontro e conversa com sua irmã em Poligny
De Annecy ela vai a Poligny, pois lá havia um mosteiro da Visitação e era governado por sua irmã, Ir. Luiza Rafaela Chappuis. O superiores enviaram Maria de Sales a este mosteiro para averiguar as condições do mesmo e resolver o que deveria ser feito para o socorrer. A boa Mãe, depois de uma conversa com sua irmã a aconselhou de se transferirem para Dole, o que se fez pouco tempo depois.
Mosteiro de Dijon
A terceira estação da viagem da boa Mãe foi no Mosteiro de Dijon.
A sete léguas de Troyes encontrava-se uma peregrinação célebre naquela região: a peregrinação de Nossa senhora Du Chêne. A boa Madre passa perto da Montanha onde se encontra esse Santuário e, como em Annecy, recebe luzes e forças para sua missão em Troyes. Assim, ela se torna uma das maiores devotas de nossa Senhora Du Chêne. Por causa dela esse Santuário vai se tornar muito freqüentado mais tarde. E esta devoção ela leva ao segundo Mosteiro de Paris.
Chegada em Troyes
É no dia 01 de junho de 1826 que a boa Mãe chega a Troyes. A recebem como enviada de Deus. No dia seguinte o bispo de Troyes, Mons. Hons, confirma sua eleição, num discurso de piedade e delicadeza especiais, expressando às Irmãs a sua esperança sobre a escolha que tinham feito e encorajou a recém eleita. Depois, numa primeira visita, testemunhou à boa mãe a mais completa confiança. E esta confiança dela nunca se afastou.
Exemplo admirável
As Irmãs encontraram na boa Mãe atitudes visíveis de bom exemplo de religiosa, o que as fazia respeitar e admirar. Viam nela o modelo de uma verdadeira religiosa. Por sua docilidade, profunda intimidade com Deus através da prática do Diretório, a boa Mãe consegue conquistar as Irmãs para a prática da obediência e ao despojamento de si mesmas.
Reconstituição da comunidade
A boa Madre reconstitui a comunidade, fechando o pensionato. Mas mesmo não sendo a favor, o bispo acaba apoiando, deixando-a livre para fazer o que ela achasse melhor.Tal reconstituição é também aceita pela Irmãs do Mosteiro.
Além dos muros do Mosteiro
A Ir. Maria de Sales adquire uma boa reputação também fora do mosteiro. Senhoras e eclesiásticos tinham uma respeitosa estima por Madre Maria de Sales, a ponto que muitos não faziam nada sem a consultar.
A comunidade do Mosteiro de Troyes
A comunidade que a boa Mãe encontrou em sua chegada ao Mosteiro de Troyes era formada pela, até então superiora, Ir. Teresa Emmanuel Tresfort. Ir. Maria Henriqueta Tomassin, Ir. Maria Zeferina Mercier, Ir. Maria Angela Straub, Madre Paula Serafina Laurent, que durante mais de trnta anos partilhou com a boa Mãe o governo de Troyes.
Verdadeira casa de pão
Com a boa Mãe a comunidade se transformou numa verdadeira Belém, uma casa de pão, de pão material e espiritual.
Quando alguém pedia alguma coisa e ela não tinha nada para dar, recolhia-se um instante, orava e depois pedia para que se voltasse no dia seguinte ou dois dias depois e, no dia marcado, ela sempre tinha o que dar a quem pediu. E ninguém sabia de onde vinha o dinheiro que ela conseguia
Zeladora pela paz no interior do convento
Carlos X tinha caído do trono e Luís Felipe de Orléans a ele sucedeu. Havia um temor quanto a perturbação da ordem nas casas religiosas e a perseguição ao clero. Madre Maria de Sales garantia em suas palavras que não havia necessidade de temores.
No interior da comunidade ela também zelou para que as notícias externas não perturbassem o recolhimento das religiosas. Desse modo, enquanto o mundo se agitava, o Mosteiro da Visitação de Troyes continuava num clima de paz em seu interior. As Irmãs ficaram sabendo da troca de governo apenas um ano depois quando um sacerdote estrangeiro pronunciou na oração da bênção ao santíssimo o nome do novo Rei.
Termina o seu tempo como superiora
O tempo de superiora da Madre Maria de Sales termina. Sua sucessora é Madre Paula Serafina. A maneira que Ir. Maria de Sales se submeteu, provou bem que ela sabia tanto mandar como obedecer. A sua obediência tornou-se bem depressa para a comunidade um perfume de agradável odor.
A nova superiora a nomeia Mestra de Noviças.
Ida para Paris
As Irmãs do segundo Mosteiro de paris tinham conhecimento do bem que a Madre Maria de Sales fazia em Troyes e pedem aos superiores de Fribourg que ela venha passar alguns meses em Paris. Então ela vai, chegando lá na quarta-feira de Páscoa de 1833. Sua presença contagia a todas. Torna-se amiga íntima da superiora desse Mosteiro, a Madre Maria Serafina Fournier.
Reeleita Superiora de Troyes e encontro com Pe. Brisson
No ano de 1835 a boa Mãe foi reeleita superiora do Mosteiro de Troyes. Foi nessa época que Pe. Luís Brisson a viu pela primeira vez. Ela tinha 45 anos de idade. Pe. Brisson tinha entrado no Mosteiro com Pe. Chevalier, o capelão da casa, a fim de administrar os sacramentos a uma doente.
Morte de Noviças
Mais tarde a boa Mãe via morrer um grande número de suas noviças. Sua saúde também piora. Ela sofre muito com tudo e mesmo assim permanece fiel a Regra, e não deixando de conservar o rosto aberto e acolhedor.
Morte de sua irmã e de sua mãe
Além de tudo o que aconteceu, a morte chega para sua irmã Luísa Rafaela. E três meses depois, a 27 de dezembro, Srª. Chappuis, sua mãe, também morria.
Superiora do segundo Mosteiro de Paris
O segundo Mosteiro de Paris, a qual ela já passara alguns meses em 1833, pede a Fribourg que Ir. Maria de Sales seja enviada para lá como superiora. Fribourg a concede e ela tem que partir. Esse Mosteiro está com a construção comprometida. Dois arquitetos dão conta desse problema e este foi solucionado alguns meses depois e um grande Te Deum é oferecido a Deus.
Casa de Santa Maria do Loreto
Pe. Malet foi quem fundou a casa Santa Maria do Loreto. Tal casa servia para receber órfãs jovens e gratuitamente recebiam educação cristã, alimento e toda educação necessária. Para lhe ajudar, Pe. Malet reuniu um grupo de mulheres dedicadas para a direção desta obra sob o nome de Irmãs de Santa Maria do Loreto. Para tudo ele pedia conselhos a boa Mãe. Assim, ela também sentia-se encarregada desta casa.
Convencida de sua missão
A boa Mãe está convencida de que tem a missão de fundar uma obra e pressente que receberá a doação de uma casa propícia para tal.
Doença, sofrimentos
Em Paris ela tira um tempo para se dedicar de modo mais intenso a sua vida interior.
A boa Mãe sofre ininterruptas doenças e, com estas, sofrimentos que ultrapassavam as medidas de sua força.
A troca de confessor e as cartas ao Pe. Regnouf
Pe. Regnouf, que era seu confessor, fica muito doente em seu lugar, é designado o Pe. Chaveton, um jovem de 26 anos. O Pe. Regnouf pede a boa Mãe que escreva a ele tudo que recebesse de Deus em suas orações e assim ela o faz, por obediência, durante dois anos. Tais cartas estão no Mosteiro da Visitação de Troyes.
A volta a Troyes e o novo confessor nesse Mosteiro: Pe Brisson
A boa Mãe volta a Troyes acompanhada do Pe. Regnouf para exteriorizar o que estava em seu interior.
No Mosteiro de Troyes não havia senão um jovem sacerdote e é a este que a boa Mãe vai expor suas confidências, tudo o que Deus revela a ela com Sua vontade. Tal sacerdote não se mostrou muito interessado a fazer mais nada além de ouvir por horas as confidências da boa Mãe. Ele não dava crédito nem apoio ao que ela lhe falava. Não queria deixar-se influenciar, nem comprometer seu tempo às coisas que uma mulher lhe dizia. Veio a ideia deste sacerdote pedir a Deus uma prova sobre o assunto.
Na santa missa, no momento da elevação, este sacerdote diz a Deus: “Senhor, se há alguma coisa de verdade no que diz a Madre Maria de Sales, fazei que ela, saindo da missa, me dê os quarenta francos que me são precisos para acabar de pagar o aluguel da casa da família “x”.
O jovem sacerdote não tinha falado a ninguém que a senhora “x” dessa família “x” viera lhe pedir ajuda, e a boa Mãe ignorava completamente que ele desse ajudas desse gênero. Além do que, ela jamais tinha ouvido falar daquela família. Eis, pois, que terminada a sua ação de graças, o jovem capelão foi chamado pela boa Mãe ao locutório e, ao chegar, vê a boa Mãe passar pela grade, sem dizer uma palavra, duas moedas de vinte francos. “Que fazeis minha boa Mãe?”, indaga o sacerdote. Ao que ela responde: “Devemos fazer sempre o que Deus nos diz”. Este fato, mesmo singular como era, não serviu para converter o jovem sacerdote, pelo contrário, lhe deu mais repulsa para aquilo que queria dele. Ele ficou de tal maneira contrariado que caiu gravemente doente. “Quem me livrará desta mulher?”, dizia ele muitas vezes. “Para onde fugir? (…)Parece-me que seria melhor morrer”.
Uma casa para sacerdotes diocesanos
Nessa época o bispo de Troyes, teve a inspiração de fundar uma casa de sacerdotes diocesanos destinados a darem missões e ajudarem os párocos nos ministérios de suas paróquias. O bispo veio falar disso à boa Mãe, que o encorajou com suas palavras, orações e com uma grande soma de dinheiro. “Talvez, dizia a si mesma, seja esta a obra que Deus me mostrou”. E era bem possível que ela tivesse razão porque era escolhido para superior da nova fundação o Pe. Liévre, pároco de uma paróquia importante da cidade, confessor da Visitação e dirigido da boa Mãe. Também os demais sacerdotes que se lhe juntaram eram quase todos amigos do Mosteiro e filhos espirituais da Madre Maria de Sales.
Insistência com o jovem confessor do Mosteiro de Troyes
A boa Mãe continua a insistir com o jovem confessor a se conformar e aderir ao que lhe era pedido. Este, então, cansado por tal insistência dirigiu-se de novo a Deus para lhe pedir uma nova prova de que era Sua vontade. Na missa, no momento da elevação, disse: “Fazei Senhor que o que esta mulher me diz vem de Vós, que Fanny de Champeaux me recite, quando ela vier se confessar, as frases que eu compuser quando eu sair da missa”. Fanny era uma educanda da Visitação, tinha quinze anos de idade e desprovida de inteligência. E eis que a menina no outro dia antes de confessar-se pronuncia exatamente e de modo correto as frases escolhidas pelo jovem confessor da Suma de S. Tomás. O sacerdote fica admirado e a este fato se inclina, mas não se rende. A Madre desconhecia todos estes tipos de pedidos de provas que por ele eram feitos.
A aparição de Nosso Senhor ao jovem confessor
Ela se tornava mais insistente com ele para que ele fizesse a vontade de Deus e não resistisse mais. Disse ele: “Minha Madre, eu jamais me renderei ao que vós quereis de mim”. “Mas, e se Deus o levar a isso?”, indagou ela. Ao que ele responde: “Mesmo que visse aqui um morto ressuscitar, eu não me renderia”. A estas palavras do sacerdote, a boa Mãe retirou-se do locutório sem dizer uma palavra, deixando-o só, desconcertado e irritado com a violência que lhe queriam fazer. E eis que, ao levantar os olhos através da grade do locutório que dá para o pensionato, ele viu Nosso Senhor Jesus Cristo com uma fisionomia um pouco severa para com o jovem sacerdote. Ao mesmo tempo Nosso senhor tinha uma expressão de suavidade e simplicidade. Observando minuciosamente a aparição, ele viu na sua figura e no seu gesto qual era Sua vontade. Nosso Senhor ordenava que se fizesse o que boa Madre lhe dizia. Este fato, ele só irá contar a ela 30 anos depois.
Os anos de 1848 a 1858: os anos solitários da boa Mãe
Entre 1848 e 1858 a boa Mãe consagrou sua vida mais ao cultivo interior e aos cuidados espirituais da comunidade. Foram os anos solitários da boa Mãe. Em tais anos ela se preparou, como num cenáculo, para as obras que devia ajudar a fundar.
Associação de São Francisco de Sales
Uma das primeiras obras foi a Associação de São Francisco de Sales, fundada em vista de defender e propagar a fé nos países cristãos. Foi fundada por Mons. De Ségur com grande encorajamento e apoio da boa Mãe. A obra foi primeiro estabelecida na Visitação em Troyes, com aprovação de Mons. Coeur, depois canonicamente reconhecida na diocese. Nomeada tesoureira e sob sua influência, o número de associados aumentava cada vez mais, assim como as conversões.
Mons. de Ségur temendo que o Governo suspeitasse de sua posição e relação com o Pontífice, achou por bem confiar a direção de sua obra a Mons. Mermillod. Por conselho da boa Mãe, Mons. Ségur renuncia ao nome de Mermillord e, por boa Mãe, o sucessor escolhido é o Pe. Gossin.
Fundação das Obras das Jovens Operárias
Durante a Quaresma de 1857 a boa Mãe tinha sofrido de um modo particular e afirmava que da Cruz ia sair uma virtude para resgatar um grande número de almas. Ela afligia-se também com a perda de fé e ignorância religiosa do povo.
O confessor da casa e uma menina cheia de zelo, Julie Beaugrand, que conhecia um grande número de jovens operárias, iam muitas vezes à boa Mãe contar sobre as misérias espirituais dessa parte numerosa da população da cidade e pedir-lhes orações. No Advento desse mesmo ano de 1857 a boa Mãe pede a Deus que ele manifeste sua vontade a respeito da salvação das almas e que fizesse entrar no caminho do apostolado aqueles que Ele tinha escolhido para esse fim.
Na metade do ano de 1858, o Pe. Chevalier, Superior da Visitação, tinha dito ao capelão do Mosteiro que seria bom fundar uma obra para proteção da juventude. A oportunidade surgiu e fundaram-se então as obras das jovens, e a menina amiga da boa Mãe, foi a encarregada da direção da casa principal.
Estas obras diferem-se em vários aspectos de instituições do mesmo gênero. As jovens destas obras dividem-se em duas classes: as externas (ou protegidas), e, as pensionistas. As externas formam uma congregação de jovens que se reúnem todos os domingos numa casa especial, sob a conduta de diretoras dedicadas, cujo fim e o esforço tendem a conservar e aumentar a fé e as práticas religiosas nas jovens. Elas, além disso, recebem em particular os conselhos e a direção de suas diretoras.
As pensionistas vivem na casa, observam regulamento suave e fácil, segundo o espírito de São Francisco de Sales. E estas, dividem-se em duas categorias: as que trabalham em casa e as que trabalham fora.
Assim, as obras são fundadas e diversas casas e jovens operárias surgem de vários lugares.
A boa Mãe e suas características
A boa Mãe era uma mulher totalmente sujeita a Regra e desse modo tinha como seguro o seu caminho. A Regra lhe era familiar. A missa era o exercício principal do dia da boa mãe e era na missa que ela tinha suas mais íntimas comunicações.
A boa Mãe pertencia à classe das Irmãs Associadas. Dava conta de sua oração ao confessor. Obedecia ao seu superior, Mons.Yenny, bispo de Fribourg que tinha ordenado que ela se submetesse à santa Igreja, na pessoa do confessor da casa. Aquele que a atendia (como já foi escrito) tinha hesitação em aceitar e acreditar no que ela dizia ser vontade de Deus.
A boa Mãe, entre outras tantas virtudes, se caracterizava por sua simplicidade, candura, graça, acolhida. O jeito que ele tratava as pessoas revelava o jeito de ser de Deus para com a humanidade.
Fundação das Oblatas de São Francisco de Sales
Como as obras das jovens já estavam fundadas e dentro da consciência da fragilidade do zelo e da coragem individuais, via-se a necessidade de confiar as obras a uma comunidade religiosa. A Ordem da Visitação não poderia, pois era de clausura, não permitido a esta ordem as obras exteriores. Daí surge então o pensamento de fundar uma Congregação com regra exterior diferente da Visitação, mas que praticasse o Diretório espiritual e se aproximasse o mais possível do espírito e dos costumes interiores. Esta idéia se aproximava muito do sonho que Francisco de Sales tinha.
A boa Mãe tinha o desejo que o espírito de São Francisco de Sales fosse comunicado ao maior número de almas possível e o modo pelo qual isso se daria seria através de uma Congregação que pudesse atingir todos os ramos da sociedade e levar a esta os ensinamentos do santo.
O começo foi resolvido. Duas educandas da Visitação, Leónia Aviat e Lúcia Camuet, depois de um retiro no Mosteiro da Visitação em Troyes, junto à boa Mãe, perceberam a vontade de Deus em suas vidas e colocaram-se imediatamente a trabalhar encarregando-se da condução das obras. Para tanto, elas foram morar na casa onde se reuniam as jovens.
Leónia e Lúcia fizeram o noviciado sob a orientação da boa Mãe que as confiou para lhes ensinar as observâncias e o exercício da Regra, a Assistente do noviciado da Visitação.
Alguns meses depois do retiro que as duas jovens haviam realizado, Mons. Mermillod, bispo administrador de Géneve (sucessor de Francisco de Sales), veio conversar com o bispo de Troyes para pedir-lhe que começasse na diocese uma congregação para mulheres que vivessem o espírito de São Francisco de Sales, que tivesse como fim a instrução religiosa e a direção cristã da juventude, que depois de formadas em certo número, fossem enviadas para a diocese de Géneve. Os dois foram ao Mosteiro da Visitação a fim de pedirem conselhos para a boa Mãe e a ela expuseram seu projeto, que por sua vez expressou para eles que acreditava que aquilo provinha de Deus. Eles então pediram que ela se encarregasse de instruir e preparar as jovens. E prometeu-lhes assumir essa tarefa e revelou que já tinha duas jovens para o que desejavam e que elas já estavam prontas para começar. Mons. Mermillod ficou radiante e depois de examinar as duas jovens pretendentes, deu-lhes o hábito religioso. Ele quis que se chamassem Oblatas de São Francisco de Sales, como quis Francisco de Sales antes de morrer.
Mons. Mermillod deu a Leónia Aviat o nome de Francisca de Sales e a Lúcia Camuet o de Joana Maria.
O Caminho para Boa Madre
Um estado da alma que consiste em depender da vontade atual de Deus, aceitando interiormente o que é do beneplácito d’Ele e, imitando exteriormente a vida do Salvador.
Fundação dos Oblatos de São Francisco de Sales
Quando Mons. Mermillod pediu a Mons. Ravinet para lhe preparar uma comunidade de Oblatas de São Francisco de Sales, expressou-lhe também o desejo de um dia ter padres de São Francisco de Sales, mas acrescentou que não via o meio de fundar.
Mermillod e Ravinet, mais tarde, percebendo o bom êxito das Oblatas, decidiram pedir o parecer da boa Mãe a respeito da fundação de padres, que animados pelo espírito de São Francisco de Sales, trabalhassem em sua diocese e, no futuro, talvez, em toda a Igreja. O parecer dela foi favorável. Ela sentia que chegava ao fim seu trabalho interior e tudo quanto ela tinha feito por Deus. Chegava a realização das promessas divinas: era a sua obra!
Os Oblatos nascem de uma obra já em exercício
Pe. Brisson foi encarregado por Mons. Ravinet de restaurar um colégio católico que por grandes acontecimentos havia sido fechado. O colégio levantava das ruínas e começava a prosperar. Assim, a boa Mãe viu aí uma primeira pedra para construir a grande obra. Ela ajudava a suportar todas as dificuldades e também colocava toda a sua influência a serviço de todas as necessidades.
Era preciso encontrar uma casa conveniente e, sobretudo, dinheiro.
A pessoa mais influente da futura obra era Mons. Ségur, que tinha pela boa Mãe uma profunda veneração e estava em freqüentes relações com ela. Foi combinado que Pe. Brisson iria a Paris para pedir ao prelado as indicações necessárias para obter recursos. Mas Brisson, com o consentimento da boa Mãe, resolve ir não a Paris, mas a Reims, ao túmulo de S. Remy, pelo qual ele tinha sentido sempre a mais filial confiança. Chegando ao túmulo do santo, orou com todo o fervor, pedindo que o mostrasse para que lado deveria caminhar para encontrar o meio de continuar a obra começada. Neste lugar, enquanto orava, presencia o milagre de uma mãe que tem suas preces atendidas em favor da cura da filha que não podia andar. Ele suplica a S. Remy que como tinha sido generoso para com aquela mãe o fosse também para com ele. Imediatamente ele ouve uma voz que diz: “Vai à Bélgica!” Pe. Brisson agradece a S. Remy, na certeza de ser atendido.
Depois disso, Pe. Brisson se dirige para a velha e fiel amiga da boa Mãe, a Sra. Baroneza de Trousset e esta lhe concede trinta mil francos. As amigas da boa Mãe e as superioras de vários Mosteiros de Paris, também contribuíram materialmente. Agora que já se tem o material, falta o pessoal.
A boa Mãe e seu confessor, durante uma missa, recebem a inspiração de irem ter com São Francisco de Sales em Annecy. Combinaram que não só pediriam ao santo um diretor para o colégio, mas também uma prova de que a obra dos padres deveria ser começada.
Em Annecy, o confessor vai à Igreja da Visitação, chegando lá percebe que a estão reformando. Entrando até o meio da nave principal, ele tem uma visão de Santa Chantal, viva, resplandecente e lhe estendendo as mãos. Ele, de joelhos, para receber as ordens, da Santa Madre, pede-lhe também uma prova da sua vontade sobre a fundação dos Oblatos: que ele encontre ali mesmo em Annecy, um diretor para o colégio.
Depois disso com o coração cheio de consolo e segurança, ele foi logo ter com o bispo de Annecy, Mons. Magnin, para lhe pedir um diretor para o colégio. O bispo de Annecy diz que não tem ninguém disponível para tal. Depois de muita insistência e oração, o prelado lhe concede Pe. Boccard que prestará seus serviços até a fundação do colégio. Pe. Brisson retorna e Troyes , o Pe. Bocard chegaria em poucas semanas.
Os primeiros Oblatos
A vontade de Deus estava manifestada. Era preciso começar. O primeiro designado para o noviciado foi Pe. Gilberto. Foi um dos mais apreciados filhos da boa Mãe. O segundo foi o Pe. Rollin, aluno do Seminário Maior de Langres. O terceiro foi o Pe. Lambert, também aluno do Seminário Maior de Langres. O quarto, foi o Pe. Perrot que vivia em sua casa como anacoreta. Ele entra no noviciado, desiste, e um ano depois retorna para ficar para sempre. O quinto a chegar foi o Pe. J…
Assim começava a Congregação dos Oblatos de São Francisco de Sales!
A boa Mãe via nesta obra a realização da vontade de Deus. Vontade esta pela qual ela dedicou toda a sua.
O Salvador precisa padres que lhe estejam totalmente entregues, e que, por uma perfeita dependência d’Ele, sejam instrumentos dóceis e maleáveis no serviço da Sua Caridade.
Dizia a boa Mãe: “Os Oblatos deverão espalhar as maravilhas da graça de Deus ao mundo. O Salvador estará neles, e, com Ele, produzirão grandes efeitos da graça. Por meio deles o Salvador voltará ao mundo, e vê-lo-ão caminhar sobre a terra… Vós sois os escolhidos para esta grande obra, e o Salvador não se servirá de outros, a Sua vontade está bem determinada sobre este ponto”.
Deus mostrou a boa Mãe o que os Oblatos deviam ser para corresponder à sua vocação: eles deverão trabalhar “em se apagar e a deixar lugar no Salvador neles e nas suas obras. Eles deverão identificar-se com Ele e a tomar suas diversas inclinações… receber dele o movimento para agir e falar”.
As Constituições dos Oblatos de São Francisco de Sales
Em 1875, Pe Brisson e o Pe. Lambey levam a Roma as Constituições dos Oblatos de São Francisco de Sales, depois de ligeiras observações da boa Mãe. Observações muito bem feitas, pois as Constituições voltam de Roma sem nenhuma mudança de fundo.
Foi numa sexta-feira, às sete horas da tarde, que o Papa se dispôs a acolher os dois padres portadores das Constituições, no seu gabinete particular.
O Papa assim que abriu a porta desejando-lhes boas-vindas, os chamou para junto de si tratando-os com extrema benevolência e chamando-os de filhos.
Disseram-lhe os padres: “Santíssimo Padre, nós vimos apresentar as Constituições dos Oblatos de São Francisco de Sales, a fim de que vos digneis dar-lhes uma primeira aprovação”.
O Santo Padre os indagou sobre várias questões como: Oração, educação dos jovens e tudo o mais. Respondidas as questões e depois de uma longa conversa, o Papa prometeu, na despedida, que a aprovação não demoraria. De fato, seis meses depois, é chegado o Decreto de Aprovação.
A devoção da boa Mãe
A Principal devoção da boa Mãe foi contemplar o Salvador, em todos os mistérios da sua vida e da sua graça. Tudo o que ela disse, fundou e escreveu resume-se em: “Não fazer com Ele mais do que um”. Mas boa Mãe não reprovava as diversas devoções que alimentam as almas dos fiéis.
Os últimos momentos da boa Mãe
A boa Mãe sofreu muito nos seus últimos dias. A doença agravara-se e o médico diz que sem um milagre ela não iria suportar. A coragem da boa Mãe e sua paciência sobre-humana foram para este médico um testemunho que o converteu para Deus.
“O espírito de nosso santo fundador, São Francisco de Sales, é um espírito de grande doçura e compaixão. Não é um espírito de rigor”
Umas das últimas palavras da boa Mãe
Umas das últimas palavras da boa Mãe ao Pe. Brisson foi sobre os Oblatos: “Ficareis só para suportar o trabalho. Mas, crede, eu vos ajudarei, não vos deixarei, rezarei por vós. E, aconteça o que acontecer, quando virdes tudo desmoronar, quando tudo parecer perdido, ficai firmes. Tende a certeza que a vontade de Deus é que existam os Oblatos, que se faça esta fundação. Servir-se-á deles para fazer grandes coisas em todo o mundo: será como o Salvador viesse na terra, ver-se-á a Sua ação. Sim, vê-lo-ão agir. Oh! Como será belo! Como será grande! Como gostaria de o ver! Mas o que mais amo é o que Ele quer”.
Fim da vida terrena da boa Madre
No primeiro minuto do dia sete de outubro de 1875, depois de o dia seis ter sido um longo dia de conversas com as Irmãs, Pe. Brisson, Mons. Ravinet e um dos parentes dela, o Pe. Chappuis, e depois de ter recebido o sacramento da Penitência e a indulgência plenária, sua vida terrena chega ao fim. Tinha ela oitenta e dois anos e três meses de idade.
Sobre o início do Processo de Beatificação de Madre Maria de Sales
Por uma ocasião de viagem a Roma, Pe. Brisson informa-se a respeito do andamento de um processo de beatificação.
Na causa da Boa Madre, quem toma a iniciativa de recolher informações e, assim, a direção oficial dos processos do Ordinário é Mons. Lachat, de Basiléia (Suíça) por ter o título de bispo da diocese de origem da boa Madre. Isto ocorre em 1882.
Mons. Vautrey é nomeado presidente da Comissão de Inquérito. Avisou as Visitandinas e pediu seis exemplares da circular interna da “Vida e Virtudes de nossa veneranda Madre Maria de Sales”, a fim de facilitar aos juízes o estudo do dossiê.
É depois de muitos contratempos que a causa é introduzida, a 27 de julho de 1897.
Cônego E. Masse promulga oficialmente o Decreto de Introdução da Causa em 01º de setembro de 1897.
Um tríduo de ação de graças foi celebrado nos dias 05, 06 e 07 de outubro. Coube ao Pe. Brisson a celebração do primeiro dia.
Em 22 de julho, Mons. Pélacot preside a abertura do Processo apostólico em sua capela.
Em Paris, o Cardeal Richard também procedera à primeira sessão, a 14 de julho, em seu arcebispado.
Deste modo estava assim iniciado o “Processo Incoativo”. Pe. Brisson foi chamado para depoimento nos dias 14 a 25 de janeiro.
Em 06 de julho de 1900, sob a direção de Mons. Pélacot teve início o processo “de fama sanctitatis”. Pe. Brisson foi convocado de 27 de julho a 05 de novembro.
Os trabalhos foram encerrados a 04 de dezembro e no dia seguinte Pe. Perrot levava a Roma.
Este processo foi aprovado a 06 de maio de 1902 e ratificado pelo Sumo Pontífice.
A 19 de outubro de 1904, depois de 109 sessões, o dossiê de 2232 páginas, foi confiado a Mons. Chabrier.
Procedera-se o reconhecimento dos restos mortais da Serva de Deus. A Congregação dos Ritos deu opinião favorável, assinada a 10 maio de 1901, por seu prefeito, o Cardeal Ferrata.