Cruz Salesiana História

Cruz Salesiana

A Cruz
A cruz não é um crucifixo; cada Oblato há de ser o “corpo” para “completar o que falta na Paixão de Cristo”, como diz S. Paulo. Não falta nada na Paixão de Cristo, a não ser a nossa colaboração, a nossa oblação generosa de nós mesmos. A cruz é modulada conforme a Cruz Peitoral de S. Francisco de Sales, e é igual àquela que ele escolheu para suas Filhas da Visitação. É feita de prata de lei e é preciosa quanto à matéria como também em termos de qualidade de herança.

O Lado de Frente
IHS – O monograma de Jesus em grego (= as três primeiras letras gregas – maiúsculas – do nome JESUS, pois a H não é um agá, mas um eta – tr) recorda-nos que Ele é o nosso Salvador, e que somos chamados a ser “outros Cristos”, para reproduzir sua vida na terra e manifestar o amor de Deus para todos; fazemos isso pelo sofrimento e desprendimento de nós mesmos.

A DUPLA CRUZ GRAVADA ACIMA DA “H” não é uma cruz latina, mas antes uma oriental. Como as letras gregas, esta escolha proposital de forma manifesta aquela unidade da Igreja, que era tão desejada por S. Francisco de Sales e simbolizava, no conceito da união de Cristo com sua Igreja, a nossa vida de união com Deus por meio do Diretório. A cruz esvaziada no Rito Oriental é um símbolo da vitória de Cristo sobre o pecado e a morte; assim, nos expressa também que é o Cristo Ressuscitado a quem seguimos.

AS GOTAS DE SANGUE simbolizam o ardor da caridade que anima as nossas vidas; elas lembram as línguas de fogo que desceram sobre a Igreja no dia de Pentecostes. Toda a Trindade está representada no lado frontal da cruz: a grande obra de amor do Espírito Santo, manifestada em Pentecostes; a obra de Redenção do Filho, simbolizada pela cruz, e a obra da criação do Pai e seu domínio no Antigo Testamento, simbolizada pela montanha e o ramo de oliva.

AS TRÊS CRAVOS GOTEANDO SANGUE simbolizam os três votos de pobreza, castidade e obediência que nos ligam a Cristo assim como os cravos O prenderam na cruz. As gotas de sangue fazem com que entendamos que a nossa vida religiosa é de contínua mortificação, de sacrifício e conformidade com a vontade de Deus, e também que devemos estar prontos para morrer por Cristo, sendo fiéis “até o derramamento do nosso sangue.”

A MONTANHA ABAIXO DA CRUZ representa a montanha da Aliança da Antiga Lei. Estando na base da cruz, representa duas coisas: (1) com a criação começou toda a história da salvação que culminou com a ressurreição de Cristo (a cruz esvaziada do desenho grego) e que é perpetuada e aplicada na Igreja pela obra do Espírito (as duas chamas nos braços da cruz mostram o amor universalmente abrangente de Deus), e (2) os nossos votos que são a nossa aliança com Deus e que formam a base da nossa vida religiosa. A montanha, graficamente representada em três partes, lembra os três votos.

O RAMO DE OLIVA, símbolo de paz e da misericórdia de Deus no Antigo Testamento, está acima da montanha para nos indicar que, pela fidelidade a nossos votos, conseguimos a paz.
O Lado Oposto
M – A As letras “MRA” estavam gravadas na cruz peitoral de S. Francisco (uma abreviação de Maria). Na cruz de profissão oblata (como também na cruz da Visitação), a “R” foi tirada e substituída pelo Coração. Assim, pois, “M – A” é uma abreviação do nome de Maria, Mãe de Deus.

AS TRÊS CHAMAS simbolizam as virtudes teológicas de fé, esperança e caridade que nos vinculam diretamente com Deus.

A MONTANHA NA BASE DA CRUZ – uma repetição do símbolo do lado da frente – com a ênfase mariana que Maria, como a “Nova Eva”, respondeu com fidelidade a qual nos trouxe a paz na pessoa do seu Filho. Os símbolos de Maria, na parte oculta da cruz, nos lembram que, pela imitação dela e o recurso a ela, havemos de manifestar a vida do seu Filho em nossas vidas.

O CORAÇÃO COM DUAS CRUZES EM CIMA – Há uma divergência sobre o simbolismo neste caso. Uma interpretação afirma que não seja nem o coração de Maria, nem do Sagrado Coração, mas claramente um que ama e sofreu. A interpretação mais provável, mas não definitiva, é que seja o coração de Maria. Falando com Stª Joana, Francisco de Sales diz: “Eu pensava, querida Madre, – se estiver de acordo – que devíamos aceitar como nosso brasão um só coração, traspassado por duas flechas e rodeado de uma coroa de espinhos; esse pobre coração, servindo como base de uma cruz que se ergue acima, e será gravado com os santos nomes de Jesus e Maria.” Conforme essa opinião, o coração, que é o de Maria, serve de base para duas cruzes, em vez das flechas, que se vêem no brasão da Visitação.

Conteúdo Interior da Cruz de Profissão
Linho que tocou os ossos valiosos de:

Os santos mártires romanos (vermelho)
S. Francisco de Sales (branco)
Stª. Joana Francisca de Chantal (rosa)
Stª. Margarida Maria (azul)
Ven. Madre Maria de Sales Chappuis (verde)
Cera Agnus Dei (amarelo)

Explicação de Cera Agnus Dei
O Agnus Dei é um sacramental da Igreja. É feito de cera pura, branca, emblema da Carne Imaculada que Nosso Senhor assumiu de sua Mãe, a Virgem Imaculada.
Os restos das velas queimadas nas igrejas de Roma são aproveitadas para fazer sacramentais. A cera é derretida e transformada em medalhões, cunhados com a imagem de um cordeiro que carrega uma cruz nos ombros. Daí o nome “Agnus Dei,” “Cordeiro de Deus.” Na quarta-feira depois da Páscoa, no primeiro ano do seu Pontificado e cada sétimo ano depois, o Papa benze água, misturada com bálsamo e santo crisma, na qual – com muitas invocações significativas – ele mergulha esses medalhões de cera. Depois da Santa Comunhão, no primeiro domingo depois da Páscoa, o Santo Padre os distribui aos Prelados e outros presentes.

Benefícios Relacionados com o Uso ou Veneração de Cera Agnus Dei
As orações da sagração e bênção de Agnus Dei referem-se às bênçãos e vantagens vinculadas ao uso e à veneração. Elas imploram… que os fiéis que, com viva fé, olham para o Agnus Dei, o tocam ou o usam, sejam induzidos a pensar no Sangue do Cordeiro de Deus, sacrificado por nós.
que mantenha afastados os espíritos maus do ar e desvie os perigos de tempestades, trovões, raios e granizo.
que, pela força da bênção celeste, os que carregam um “Agnus Dei” possam escapar das ciladas e tentações do demônio.
que as mães dêem à luz os seus filhos sem perigo para si e sua descendência.
que o usuário seja livrado da peste e de febre, e dos perigos de fogo e água.
que, como o Sangue do Cordeiro Pascal nas portas dos Hebreus, possa afastar os perigos de uma morte repentina e imprevista.
que seja um escudo de proteção divina contra todo mal, pelos méritos perenes da Santa Paixão e Cruz de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

Lemas e Dizeres Comuns dos Oblatos
VIVE JÉSUS – JESUS VIVA (Viver Jesus…)
TENUI NEC DIMITTAM – Agarrei e não soltarei
OBLATUS EST QUIA IPSE VOLUIT – Ele foi oferecido, porque ele mesmo o quis. (Subentendendo-se também: Ele é Oblato, porque ele mesmo o quis. – tr.)
DIEU SOIT BÉNI – Deus seja bendito
NÃO PEDIR NADA, NÃO RECUSAR NADA
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